Manguezal da Beira-Mar de Floripa com Inúmeras Espécies Nativas

Mangue do Itacorubi - Florianópolis

O manguezal dos bairros de Itacorubi, Santa Mônica e Agronômica em Florianópolis abriga uma riqueza incomparável de vida selvagem, onde os intrincados ecossistemas se entrelaçam para formar um ambiente único e vital para inúmeras espécies. Entre os habitantes mais proeminentes deste ecossistema estão os caranguejos, cuja presença é crucial para a saúde e equilíbrio do manguezal.

Caranguejo Uçá (Ucides-cordatus) Mangue Itacorubi – Florinaópolis

O caranguejo-uçá (Ucides cordatus) é uma figura emblemática dessas áreas, com suas poderosas pinças e hábitos escavadores que o tornam um engenheiro do mangue, criando tocas que servem como abrigo e proteção contra predadores e variações de temperatura. Sua dieta é diversificada, alimentando-se de detritos orgânicos e folhas em decomposição, contribuindo para a reciclagem de nutrientes no ecossistema.

Guaiamum (Cardisoma guanhumi) – Mangue Floripa

Outra espécie de destaque é o guaiamum (Cardisoma guanhumi), um caranguejo de grande porte e valor comercial. Sua presença indica águas saudáveis e bem oxigenadas, pois é sensível à poluição e à degradação do ambiente. Além disso, o guaiamum desempenha um papel importante na cadeia alimentar, sendo predado por diversas espécies, incluindo seres humanos.

Aratu (Goniopsis cruentata) – Mangue Itacorubi – Florianópolios

O aratu (Goniopsis cruentata) também é uma presença comum nos manguezais de Florianópolis. Com suas cores vibrantes e hábitos onívoros, o aratu desempenha um papel fundamental na regulação da população de moluscos e pequenos invertebrados, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema.

Savacu (Nycticorax nycticorax) – Mangue Itacorubi – Florianópolis

Além dos caranguejos, o manguezal é habitado por uma variedade de aves que dependem desse ambiente para alimentação, reprodução e descanso. A galinha-do-mangue (Aramus guarauna), com sua plumagem escura e bico longo, é uma presença comum nas áreas de mangue, alimentando-se de pequenos peixes, moluscos e insetos. O savacu (Nycticorax nycticorax) e o ibis (Eudocimus ruber) também são avistados frequentemente, contribuindo para a biodiversidade e beleza do manguezal.

Guará (Eudocimus ruber) – Mangue Itacorubi – Florianópolis
Guará (Eudocimus ruber) – Mangue Itacorubi – Florianópolis

No ano 2020, após um hiato de 200 anos, ou pássaro Guará voltou a Ilha fazendo a alegria dos observadores. A possibilidade da recuperação dos manguezais na ilha foi apontada como um dos motivos para o retorno dessas aves, que dependem desses ecossistemas para se alimentarem dos crustáceos que lhes conferem a característica coloração avermelhada. O registro precoce da chegada dessas aves à capital catarinense destacou a importância da preservação e recuperação dos manguezais como habitat essencial para a biodiversidade local.

Mangue-vermelho (Rhizophora mangle) – Mangue Itacorubi – Florianópolis
Folhas e inflorescências de Mangue-branco Laguncularia racemosa
Mangue-preto (Avicennia schaueriana) – Mangue Itacorubi – Florianópolis

Entre as árvores características do manguezal, o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-branco (Laguncularia racemosa) e o mangue-preto (Avicennia schaueriana) dominam a paisagem. Adaptadas às condições adversas do ambiente, essas espécies desenvolveram estratégias únicas para sobreviver às variações de salinidade e inundação, contribuindo para a estabilidade do solo e oferecendo abrigo e alimento para uma variedade de organismos.

Jacaré-de-Papo-Amarelo (Caiman latirostris) – Mangue Itacorubi – Florianópolis
Jacaré-de-Papo-Amarelo (Caiman latirostris) – Mangue Itacorubi – Florianópolis

O mangue ainda conta com o Jacaré do papo amarelo, ou simplesmente Jacaré-de-Papo-Amarelo (Caiman latirostris), que é uma espécie nativa da região dos manguezais de Florianópolis. Este réptil, que pode atingir até 2,5 metros de comprimento, desempenha um papel vital no ecossistema manguezal como um predador de topo de cadeia, controlando as populações de outras espécies.

Embora possa parecer assustador, o jacaré-do-papo-amarelo raramente representa uma ameaça para os humanos, preferindo se manter afastado das áreas mais povoadas. Sua presença nos manguezais de Florianópolis é um testemunho da rica biodiversidade da região e da importância de proteger esses habitats naturais únicos.

Em conjunto, essas espécies formam uma teia complexa de interações ecológicas que sustentam a vida no manguezal de Itacorubi, Santa Mônica e Agronômica. Proteger e preservar esse ecossistema é essencial não apenas para a conservação da biodiversidade, mas também para o bem-estar das comunidades locais e a saúde dos ecossistemas costeiros.

Para quem quiser correr ou caminhar em volta do mangue e curtir um pouco essa natureza urbana nós registramos o percurso no Wikiloc- https://pt.wikiloc.com/wikiloc/spatialArtifacts.do?event=setCurrentSpatialArtifact&id=160896886

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